Este volume de estudos de diversas áreas das humanidades tem por foco o primeiro jornal de Macau em língua portuguesa. Imbuída das doutrinas liberais, A Abelha da China foi uma breve, mas intensa publicação
periódica (1822-23) que veio dar corpo à ideia de que não há verdadeira liberdade sem imprensa e sem a liberdade desta.
Plenamente alinhada com os debates do seu tempo, o seu projeto seria tomado por outros agentes políticos. Todavia, o seu legado de insubmissão acabaria por vingar. Jornal que fez as vezes de boletim oficial, e também de arena de confronto político, não descurou uma dimensão cultural e até literária, pois trazia em si a missão de instruir os seus leitores e de denunciar a tirania absolutista que, mais tarde, em refluxo, se apoderaria do próprio jornal.
Assistimos também na Abelha às primeiras articulações de uma ideia de autonomia sempre ligada à oligarquia local. Nesse sentido, o jornal mostra também as alianças e os contactos múltiplos que o atravessam: com a China, onde sempre se enraizou, a Metrópole, o Brasil e Goa. Por entre as suas páginas circulam figuras e influências de todas as proveniências, mostrando como Macau se integrava plenamente nos movimentos políticos e culturais do seu tempo, e onde a comunidade chinesa se encontrava ativa face a eles. E daí os casos, as figuras e os confrontos que gravitam em seu tomo, e que os ensaios de historiadores e críticos da cultura e do jornalismo dissecam nesta obra: Jin Guoping, Cátia Miriam Costa, Jorge Arrimar, Pablo Magalhães e Tereza Sena. Duzentos anos depois, este livro mostra um renovado interesse na história de Macau, na história do jornalismo na China e em língua portuguesa, na história sociopolítica e cultural do território. O pólen que a Abelha trouxe consigo – com seu trabalho e coragem – aqui está.
Coordenação: Hugo Pinto e Duarte Drumond Braga
ISBN: 978-972-8586-61-4 Editor: CCCM – UM Edição: Lisboa, 2022 | Idioma: Português | Nº Páginas: 111 Dimensões: 230x160x8 mm Peso: 120 g
This volume focuses on interactions within the South China Sea and Macau from approximately 1200 to 1750. It examines maritime contacts in that period, emphasizing their global and complex nature.
The volume is divided into two parts: “Around and about South China Sea” and “Around and about Macau and the Dutch”, featuring thirteen contributions which explore questions related to historical geography, traditional cartography, nautical conventions, commercial exchange, individual sources, the Luso-Dutch clash in 1622, and its reception in later times.
By presenting these diverse perspectives, the volume aims to provide an overview of current research in the field, highlighting the intricate histories and lieux de mémoire that have significance both locally and globally over centuries.
Coordenação: Arianna Magnani e Elisabetta Colla
ISBN: 978-972-8586-72-0 Editores: CCCM & Universidade de Macau Edição: Lisboa, 2025 | Idioma: Inglês | Nº Páginas: 342 Dimensões: 230x150x25mm Peso: 542 g
This volume, which inaugurates one of the new CCCM book series, devoted to historical studies, consists of the compilation of eleven chapters by ten authors. The volume is focused on maritime East Asia, Macau, intercultural contacts and other aspects that have China and the Sea as their central axes. These chapters span a temporal arc that extends, for the most part, from the sixteenth to the eighteenth centuries, while in some cases they also encompass the nineteenth century and early twentieth century. It can thus be stated that they cover the late-Ming and Qing dynasties.
Due to the thematic diversity of the contributions, this volume is organized in three sections. The first section is titled ‘Chinese Maritime Trade, Entrepreneurs, and Routes’, the second ‘Contacts and Perceptions: Writing, Publishing and Exhibiting’, and the third ‘Macau, Networks and Archival Materials’.
Edited by: Carmen Amado Mendes and Isabel Murta Pina
ISBN: 978-972-8586-59-1 Published by: CCCM – UM Edition: Lisboa, 2022 | Language: English | Nº Pages: 292 Dimensions: 230x150x17 mm Weight: 484 g
As formas de administração colonial constituíram um dos tópicos presentes nos debates e práticas coloniais que se desenvolveram sobretudo a partir da segunda metade do século XIX. É também esse o tema deste livro, que estuda essa realidade em três espaços diferentes, Índia, Macau e Timor, no período compreendido após o Ultimatum britânico e o Ato Colonial.
Neste intervalo, o quadro existente, institucionalizado desde 1869, foi sendo alterado pela criação de novas repartições, pela introdução de novas formas de controlo financeiro ou pela mudança de estatuto e organização em algumas colónias, tornando a administração menos homogénea do que se fazia ver. Fizeram-se também propostas para modificações, com intenções modernizadoras, sobretudo no final da Monarquia, as quais prosseguiram pela República. A mudança mais estruturada pelas leis de 1914 e 1920, continuada pelas Cartas Orgânicas, foram condicionadas pelo momento político da sua produção, conheceram alguns entraves e mostraram-se insuficientes, obrigando a nova legislação, que na Ditadura Militar se encaminhou para um maior controlo.
Além deste acompanhamento, tem-se também em conta como se operacionalizavam as decisões centrais e locais e a relação entre os diversos órgãos. Procede-se também ao estudo dos órgãos de poder, entre os seus detentores, a sua composição e as competências, considerando-se a sua evolução ao longo do período estudado.