
Conversas Sábias com António Graça de Abreu
“Chego a Pequim, meio maoista, em Setembro de 1977, exactamente um ano após a morte de Mao Zedong. Foram quatro anos e meio de trabalho assessoriando a pequena propaganda oficial chinesa em língua portuguesa. A decepção, o socialismo a falhar, o mundo a mudar. Deng Xiao Ping a esclarecer, ´o enriquecimento é glorioso`. Gloriosos não propriamente os novos capitalistas, mas glorioso o crescimento de todo o império chinês. Pequim, quase seis anos de vida, minha alegria, meu sofrimento, as mudanças a caminho do futuro. Os muitos regressos, o último em 2018. Testemunho de anos e anos de vida em Pequim. Com excepcionais fotografias de todos esses anos. Falam as imagens, mais o sentir de uma fabulosa cidade que atravessa a minha vida.”
António Graça de Abreu nasceu no Porto, em 1947. Foi professor de Língua e Cultura Portuguesa em Pequim e tradutor nas Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras, entre 1977 e 1981. Lecionou Sinologia na Universidade Nova de Lisboa, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Lisboa e na Universidade de Aveiro. Pertenceu, entre 1996 e 2002, ao Board da European Association of Chinese Studies (Heidelberg e Oxford). António Graça de Abreu possui vasta obra poética publicada, entre os títulos destaco: China de Jade (1997), China de Seda (2001); Terra de Musgo e de Alegria (2005); China de Lótus (2006); Cálice de Neblinas e Silêncios (2008); A Cor das Cerejeiras (2010). Traduziu para português os seis maiores poetas da China, os Poemas de Li Bai (1990), Poemas de Bai Juyi (1991) Poemas de Wang Wei (1993), Poemas de Han Shan (2009), Poemas de Du Fu (2015) e Poemas de Su Dongpo (2023). Infatigável viajante pelo mundo chinês, conhece rigorosamente toda a China, as 22 províncias, as 5 regiões autónomas, os 4 municípios centrais, mais Macau, Hong Kong e Taiwan. O seu testemunho de incontáveis viagens está em Toda China, I e II, livros editados em 2013 e 2014.
