Oficina
Histórias Chinesas com Pensamento

Vamos à descoberta da tradição cultural chinesa através dos mitos e seus ideogramas.

CURSO DE FORMAÇÃO CONTÍNUA

Coordenadora

Ana Cristina Alves

Descrição da Oficina

Proporcionar um primeiro contacto com filosofias chinesas para crianças e jovens, centrado na narrativa de fábulas, parábolas e pequenas histórias, que os filósofos da China têm contado aos jovens de todas as idades ao longo da sua tradição filosófica, acompanhadas por material audiovisual.
As teorias serão apresentadas de uma maneira acessível e espontânea, com uma forte componente prática e criativa, concretamente vamos aprender as histórias por meio da caligrafia chinesa, que os meninos experimentarão diretamente connosco, absorvendo-as por meio da comparação de mitos chineses com os da sua própria tradição cultural.
A concluir será realizada uma visita orientada ao Museu de Macau.

 

Tinha terminado mais um dia de trabalho. Velhos e novas aproveitavam as últimas horas do dia para cavaquear. É preciso dizer que estamos no tempo em que as pessoas ainda conversavam ao serão. Nessa noite, três senhores velhos propuseram três enigmas aos que os escutavam.
O primeiro velho disse:
— Qual é coisa, qual é ela, que quando faz calor, cobre?
O segundo velho disse:
— Qual é coisa, qual é ela, que quando não se vê, tapa?
O terceiro velho disse:
— Qual é coisa, qual é ela, que carregamos quando estamos cansados de andar?
Os que estavam a ouvir ficaram confusos e calados. Uma criança foi a primeira a cortar o silêncio, perguntando:
— Se faz calor, cobrir não levará a ter mais calor? Se já não se vê, tapar não será pior? Se se está cansado de andar, como se fica carregando ainda com mais uma coisa?
Ao verem a atrapalhação do menino, os três velhos riram com gosto. A pedido de todos, revelaram os enigmas, que eram nada mais nada menos do que o chapéu, os óculos e a bengala.

 

Contos da Terra do Dragão, Wang Suoying e Ana Cristina Alves, 2000, Editorial Caminho

Professoras

Ana Cristina Alves

Ana Cristina Alves é doutora em Filosofia da História, da Cultura e da Religião pela Universidade de Lisboa desde 2005, tendo defendido a tese intitulada a Mulher na China, relativa às questões de género. Este e outros temas da filosofia da cultura, bem como as relações entre as línguas portuguesa e chinesa, constituem o centro das suas investigações. Tem trabalhos publicados nestas áreas, que incluem contos e mitos relativos à cultura chinesa.

Lisa Spinelli é antropóloga com uma formação intensiva em cultura e linguística chinesa. O seu maior interesse é a diversidade cultural, mais concretamente os diferentes sistemas de pensamento, espiritualidades e sensibilidades artísticas. A sua área de especialização incide nas diversas espiritualidades e culturas populares chinesas, expressas através de mitos, contos, e formas artísticas, com enfoque nos grupos étnicos chineses.